Realmente o tempo é algo a ser repensado quando a gente pega um vaso, flores e resolve tentar fazer um arranjo. Pressa não é bem vinda, precisão é fundamental e no meu caso a solidão foi uma ótima parceira!
Tenho ainda pouca coisa para falar de arranjos em vasos, é muito novo para mim, mas já percebi que é algo que tira a gente do pensamento rotineiro e faz a gente entrar num lugar muito mais quieto dentro da gente. Em alguns momentos a gente perde completamente o controle e acaba não sabendo onde vai parar o arranjo e ele vai aparecendo a cada flor, folha, a cada movimento.
Uma coisa bem prática eu percebi nos primeiros minutos: tesoura afiada, uma maior, outra de ponta bem fininha, alicate para os caules mais duros, uma pinça grande para trabalhar coisas no fundo do vaso, vários baldes d'água para as plantas, araminhos, elásticos verdes, grampeador de papel...enfim, é necessário uma oficina bem equipada!
Outra coisa importante para não danificar muito as plantas e o próprio arranjo: depois de colocar alguma flor, principalmente as que tem muitos galhos ou folhas para prender nas outras, fica díficil de tirar sem desarrumar tudo. Por isso a calma, a precisão e a confiança.
Gostei demais desse mergulho de 3 dias em algo tão delicado e cheio de detalhes. Certamente vou levar isso para meu dia a dia e também para meus jardins maiores. Não importa o tamanho do jardim, nada mais é do que camadas e camadas lapidadas em escalas e proporções.
Afinar o olhar, ouvir o coração e respeitar o tempo.