domingo, 12 de dezembro de 2010

Jardim Botânico De São Paulo

São Paulo é uma cidade impressionante! Moro aqui faz 20 anos e já tinha ouvido falar do Simba Safari, Zoológico (particularmente eu detesto zoológicos) e também já tinham me falado do Jardim Botânico. Hoje  eu acordei cedo, passei muito protetor solar, chapéu de palha e peguei o trânsito paulistano de sempre.
A surpresa que eu tive ao entrar no Jardim Botânico foi digna da dimensão de São Paulo!


Nosso Jardim Botânico é a 3° maior mancha de Mata Atlântica preservada que ainda temos, e é cuidada com um capricho de emocionar. Aliás, durante todo o passeio a emoção anda ao lado, de braços dados. Entrar alí é dar de cara com a ambiguidade: o asfalto vira um riacho e a selva de pedra se transforma numa mata verde, viva, rica. O ar muda radicalmente, o cheiro fica verde e a gente entra num mundo que parece artificial.




Dois meses atrás eu fui almoçar naquele outro pedaço de Mata Atlântica em Ibiúna (lembra do post Almoço Na Mata?) e desde então meu olhar para o paisagismo mudou radicalmente e comecei a estudar mais a fundo nossa mata e descobri coisas lindas e ao mesmo tempo tristes. Temos hoje em dia apenas 7% da mata que tínhamos quando nossos descobridores chegaram aqui. Ela virou açúcar no nordeste, café no sudeste, pastos por todos os lados, móveis, cadeiras e muito dinheiro. Mesmo assim, nesses apenas 7%, temos quase o dobro de todas as espécies que existem nos EUA inteiro, isso sem contar a Amazônia,
cerrados, rupestres e por aí vai.
Mas voltemos ao passeio, uma mistura de arquitetura linda e mata magnífica!







O museu é lindo e muito completo. Uma mistura de Art Deco com Art Nouveau


O que me deixou bem feliz também, foi a diversidade de tribos que andavam por ali. Muita gente fazendo pequinique, nenhum lixo pelo chão e todo mundo feliz. Acho que é esse o mundo que todos queremos, muito verde dentro da realidade urbana. Somos bichos. Urbanos, mas bichos em primeiro lugar.
Como a tecnologia, a arquitetura, os materiais e as formas mais "modernas" ficam muito mais interessantes com o verde!






Saindo do viveiro das espécies nativas voltamos ao caminho de orquídeas, bromélias, filodendros, esculturas e um lago forrado de ninféias. Isso tudo sempre no meio da mata. Uma imensa moldura verde viva!








E então finalmente entramos na mata, em direção à nascente do rio Ipiranga. Aí é emoção pura, vi lagartos gigantes com o rabo colorido de anéis pretos e amarelos, macacos, pássaros e uma infinidade de plantas, com texturas e tantos tons de verdes.
Parece que a mata dança.









Fui achando que ia encontrar umas salas de museu com fotos, folhas secas e claro, isso tudo num lugar gostoso, como um dos parques lindos que nós temos na cidade. O que já seria gostoso.
Fui completamente surpreendido.
São Paulo é uma cidade realmente superlativa em tudo!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Arquitetura Botânica

O "verde" está em alta. E é de onde ele nunca deveria ter saído. Restaurantes, lojas, clínicas, shoppings...queremos ter a sensação reconfortante das plantas, uma parte de nós fala: está tudo bem!


O Jardim Vertical entrou em ação por atender perfeitamente à questão de pouco espaço e se bem feito: pouca manutenção, pouco trabalho, pouca sujeira e constantemente bonito.



A técnica tem que ser muito precisa e não dá para economizar em irrigação, vasos ou tijolos apropriados, substrato e muito cuidado na escolha das espécies. Quanto ela vai precisar de água, o tamanho da raiz, se é de sol ou de sombra (parece óbvio, mas já vi peperômias plantadas em jardineira ao redor da piscina, esturricadas!). E claro, usar tudo isso para chegar onde você quer esteticamente.


Mais que um modismo, os jardins verticais são muito benéficos para o todo: oxigena o ar, umidifica, retém poluentes, suaviza a paisagem, diminui  muito a temperatura de prédios, economizando energia para resfriá-los. E pode ser muito simples "encapar" um prédio com plantas. Uma grade correta e uma trepadeira vigorosa são capazes de deixar qualquer prédio sem graça lindo, e a cidade toda ganha com isso!



Imagina o corredor no seu prédio?

Quero morar nessa rua!

Numa cidade como São Paulo, paredes e tetos verdes, assim como parques, ruas arborizadas e toda ação de trazer o verde de volta para o nosso convívio, é muito mais que um bem estar estético. É vida, bem estar físico, emocional, espiritual! Torço muito para o nosso padrão de qualidade voltar a ser água limpa, sombra de árvore, fruta fresca e ar mais puro. Já temos tempo e experiências suficientes para escolher o bom de cada coisa que vivemos até agora: o melhor da tecnologia e a natureza que alimenta o bicho que todos somos antes de tudo.



Chegar em casa ou sair para trabalhar
seria bem mais gostoso.

Junto com esculturas em mármore e metais, uma escultura verde oxigenando, umidecendo, amaciando!



Jardim vertical não é uma novidade, Burle Marx começou a idéia muitas décadas atrás. Usando bromélias, orquídeas e outras epífitas, ele construía esculturas lindas. Um homem de muitos interesses: artista plástico, designer de jóias, pintor, desenhista, paisagista. E grandes parcerias: seus trabalhos com arquitetos como Lúcio Costa, Le Corbusier e Niemeyer foram as oportunidades perfeitas para ele criar essas "arquiteturas verdes", e deixar um legado brilhante.


Banco Safra - 1983
Burle Marx
Se prestarmos atenção nas encostas das estradas, indo para o litoral, ou num muro antigo da cidade, vemos jardins verticais incríveis. Isso nos mostra que o verde é fundamental, senão a natureza não perderia tempo de construir um jardim naquela encosta que caiu algum dia lá atrás. Não cresceria aquela plantinha naquela frestinha entre dois tijolos, onde a massa trincou e agora é uma fonte preciosa de oxigênio, água e vida.


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Verde Sempre Bem Vindo

São muitas as formas de fazer um jardim. E com objetivos diferentes. Numa casa, numa loja, num hotel, numa praça, num prédio ou numa feira de negócios. Cada um tem um enfoque bem definido, mas eu acredito que todos tem que ser harmônicos, bonitos, funcionais e as plantas tem que estar num ambiente favorável. Um jardim é sempre um ser vivo.


Vou falar de dois jardins  que eu fiz em Stands, e que me deu imenso prazer. Confirmando como o verde é sempre necessário e muda o astral instantâneamente. Amacia, traz vida e bem estar, encanta o lugar. E claro, ajuda os negócios que serão feitos ali, afinal de contas, esse é basicamente o objetivo de um stand de algum produto.

No Espaço Nivea, no Fashion Rio, eu projetei um jardim em uma varanda com o objetivo de criar um espaço de estar, com uma vista bem bonita para o mar. Os quatro jardins verticais ajudaram a refrescar o lugar que era muito quente. Usei algumas plantas de folhas bem largas em cachepôs e dracenas Strictas que são bem verdes e macias. A varanda ficou bem acolhedora, perfeita para relaxar.






Outro espaço que eu adorei fazer foi o Stand da Fecomércio de Sustentabildade. O jardim foi todo feito com caixas de madeira que eu fui recolhendo pelas calçadas do meu bairro por uma semana, cachepôs feitos com galhos de árvores e outros que eu fiz com esteira de folhas de bananeiras. As plantas todas são nativas: dracenas, bromélias, orquídeas, moréias e duas trepadeiras, que serão todas reutilizadas em jardins plantados em chão. O resultado ficou bem aconchegante e convidativo. Nosso stand foi o único que teve uma preocupação com o paisagismo, os outros utilizaram apenas um vasinho de plástico com uma Ráfia. A diferença foi grande.








O verde é sempre bem vindo: ao nosso bem estar, ao todo e aos negócios. Fico feliz que mais pessoas estão prestando atenção nisso. Tenho certeza que grande parte dos outros expositores vão pensar nisso na próxima feira.