segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Arquitetura Botânica

O "verde" está em alta. E é de onde ele nunca deveria ter saído. Restaurantes, lojas, clínicas, shoppings...queremos ter a sensação reconfortante das plantas, uma parte de nós fala: está tudo bem!


O Jardim Vertical entrou em ação por atender perfeitamente à questão de pouco espaço e se bem feito: pouca manutenção, pouco trabalho, pouca sujeira e constantemente bonito.



A técnica tem que ser muito precisa e não dá para economizar em irrigação, vasos ou tijolos apropriados, substrato e muito cuidado na escolha das espécies. Quanto ela vai precisar de água, o tamanho da raiz, se é de sol ou de sombra (parece óbvio, mas já vi peperômias plantadas em jardineira ao redor da piscina, esturricadas!). E claro, usar tudo isso para chegar onde você quer esteticamente.


Mais que um modismo, os jardins verticais são muito benéficos para o todo: oxigena o ar, umidifica, retém poluentes, suaviza a paisagem, diminui  muito a temperatura de prédios, economizando energia para resfriá-los. E pode ser muito simples "encapar" um prédio com plantas. Uma grade correta e uma trepadeira vigorosa são capazes de deixar qualquer prédio sem graça lindo, e a cidade toda ganha com isso!



Imagina o corredor no seu prédio?

Quero morar nessa rua!

Numa cidade como São Paulo, paredes e tetos verdes, assim como parques, ruas arborizadas e toda ação de trazer o verde de volta para o nosso convívio, é muito mais que um bem estar estético. É vida, bem estar físico, emocional, espiritual! Torço muito para o nosso padrão de qualidade voltar a ser água limpa, sombra de árvore, fruta fresca e ar mais puro. Já temos tempo e experiências suficientes para escolher o bom de cada coisa que vivemos até agora: o melhor da tecnologia e a natureza que alimenta o bicho que todos somos antes de tudo.



Chegar em casa ou sair para trabalhar
seria bem mais gostoso.

Junto com esculturas em mármore e metais, uma escultura verde oxigenando, umidecendo, amaciando!



Jardim vertical não é uma novidade, Burle Marx começou a idéia muitas décadas atrás. Usando bromélias, orquídeas e outras epífitas, ele construía esculturas lindas. Um homem de muitos interesses: artista plástico, designer de jóias, pintor, desenhista, paisagista. E grandes parcerias: seus trabalhos com arquitetos como Lúcio Costa, Le Corbusier e Niemeyer foram as oportunidades perfeitas para ele criar essas "arquiteturas verdes", e deixar um legado brilhante.


Banco Safra - 1983
Burle Marx
Se prestarmos atenção nas encostas das estradas, indo para o litoral, ou num muro antigo da cidade, vemos jardins verticais incríveis. Isso nos mostra que o verde é fundamental, senão a natureza não perderia tempo de construir um jardim naquela encosta que caiu algum dia lá atrás. Não cresceria aquela plantinha naquela frestinha entre dois tijolos, onde a massa trincou e agora é uma fonte preciosa de oxigênio, água e vida.


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