Quando eu comecei a estudar paisagismo, em sala de aula, como manda o figurino (porque eu acredito que esse olhar começa quando a gente começa a perceber o mundo em nossa volta, já nas primeiras piscadas), meu professor perguntou para a classe: oque é paisagismo? É necessário ter plantas? O que é necessário para dizermos: isso é paisagismo? Foi aí que comecei a pensar que não existem jardins só de plantas e que paisagismo é um olhar, o estudo da paisagem, em qualquer escala que seja necessária para um espaço escolhido e delimitado, com os elementos (botânicos ou não) que foram escolhidos para aquela realidade com uma intenção específica (estética, emocional, racional...). Espaço delimitado também é difícil dentro da nossa realidade, porque mesmo que estejamos dentro de um jardim de inverno de uma casa, delimitado por quatro paredes, trazemos junto com a gente tudo oque vimos pelo caminho até ele: o entorno, as ruas, as árvores, as calçadas, as sarjetas, as praças...por isso que eu penso num jardim como um todo. Uma continuidade. Mesmo que a escolha tenha sido uma "quebra" estética (oque os japoneses fazem lindamente), ainda assim é uma continuidade, uma licensa poética!
Alguns exemplos que vi e fotografei passeando por aí: olha como a paisagem do lugar entra pra dentro do jardim. Claro que com tecnologia de irrigação computadorizada poderia ter sido feito um jardim parecido com um oásis num deserto, mas a escolha foi feita com espécies boas para as condições da região, sem perder a exuberância e a linguagem do todo. E sustentávelmente inteligente!
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| Salares |
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| Exemplo natural de paisagismo sem plantas |
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O homem fez a casinha, o resto é com a natureza
inspiração e tanto |
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| Entorno do hotel |
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| Momentos do jardim |
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Lembra da casinha com telhado de palha,
o lago e os capins dourados em volta dele?
Ta tudo aí!
O micro do macro.
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